terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CURIOSIDADE DO TIBET

Pesquisadores chineses revelaram a descoberta de um livro tibetano que sugere que operações cirúrgicas sofisticadas, como intervenções no cérebro, já podiam ser realizadas no Tibete no século 8, pelo menos mil anos antes do início dos procedimentos da medicina ocidental que conhecemos hoje, informou ontem a agência de notícias estatal Xinhua. O livro é formado por quatro volumes e se chama Dicionário de Medicina. Goinqog Wangdu, professor de medicina na regiáo autônoma do Tibete, afirmou que a publicação registra com precisão vários ossos do corpo, o sistema nervoso central e a maneira de usar instrumentos cirúrgicos fabricados na época.— Comparada com sua história milenar, o estudo de ciências naturais no Tibete é um fenomeno relativamente recente, com exceção das práticas de ciências médicas — disse Goinqog.O professor explicou que o profundo conhecimento de cirurgias no Tibet deriva de uma cerimônia fúnebre conhecida como o enterro celestial. Para os tibetanos, a morte é apenas mais uma das fases entre os chamados samsaras. Se o corpo do cadáver se decompõe mais rapidamente após a morte, diz a cultura local que o sujeito tem mais chances de logo reencarnar. Então muitos tibetanos escolhiam o funeral celestial, que consistia em entregar aos sacerdotes encarregados da cerimônia a função de dissecar o cadáver e jogar as vísceras para alimentar os pássaros. Simbolicamente, o vôo dos pássaros apressaria a reencarnação.Com a queda da dinastia Tubo, no Tibete, ainda no século 7, a prática foi aos poucos sendo abandonada e a medicina local permaneceu desconhecida até o resgate, já no século 17, no reinado do quinto Dalai Lama. No Dicionário de Medicina, o cirurgião do Lama, Damo Losang Aoizhag, refez cerca de 100 instrumentos cirúrgicos que hoje se encontram expostos no Museu de História Tibetana.

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